O fantasma da inflação! Quem não viveu a inflação no Brasil no anos 80 e 90, leia este artigo!

13/11/2012 21:13

 

Se você viveu ou tem esperiências desta época de altas da inflação, nos conte, faça seu comentário!

 

O Brasil foi submetido a diversos planos econômicos nas décadas de 1980 e 1990, geralmente com o objetivo de controlar a inflação. A inflação mensal, que em janeiro de 1982 estava em 6,97% (IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo), atingiu, em dezembro de 1985, o valor de 15,07%.

 

Em fevereiro de 1986, o governo Sarney, representado pelo ministro da Fazenda, Dilson Funaro, criou o Plano Cruzado, plano fortemente caracterizado pelo congelamento de preços e de salários e pela mudança da moeda (criação do cruzado, com o corte de três zeros do cruzeiro). Apesar do forte apoio popular inicial, o desabastecimento, provocado pelo congelamento de preços e pelo aumento da demanda (em boa parte, resultado da concessão de abono ao salário mínimo e ao funcionalismo público), e a proximidade das eleições fizeram o plano naufragar.

 

Em maio de 1987, o IPCA registrava o valor de 21,45% ao mês e o governo decidiulançar um novo plano, de características semelhantes ao anterior, chamado de Plano Bresser (nome do então ministro da Fazenda), em julho de 1987. Novamente, os efeitos foram temporários: o IPCA caiu para 4,87% em agosto, mas tornou a aumentar em seguida, chegando a 37,49% em janeiro de 1989. Nesse momento, um terceiro plano foi lançado: o Plano Verão. Esse plano reproduziu grande parte das características anteriores, inclusive criando nova moeda, o cruzado novo, com o corte de mais três zeros. Os efeitos foram passageiros. O IPCA, que chegou a cair para 6,82% em março de 1989, reassumiu sua espiral, chegando à marca de 82,39% em março de 1990, mês no qual terminou o mandato presidencial de José Sarney e tomou posse o presidente Fernando Collor de Mello.

 

No dia seguinte à posse (16 de março), o governo lançou o Plano Brasil Novo. Mais conhecido como Plano Collor, ele mudou o nome da moeda para cruzeiro (mantendo a paridade), confiscou contas bancárias, desindexou salários, controlou preços e suspendeu os pagamentos da dívida externa. Os resultados obtidos foram transitórios: o IPCA caiu a 7,59% em maio de 1990, mas tornou a subir. Em janeiro de 1991, já estava em 20,75%. Em fevereiro, dez meses após o primeiro, foi lançado o Plano Collor 2. A inflação, após queda temporária, novamente voltou a crescer.

 

A partir de meados de 1993, já no governo Itamar Franco, que assumiu após a renúncia de Collor, começou a ser gestado o Plano Real, implantado efetivamente em junho de 1994. Com bases mais sólidas e maduras, esse plano introduziu uma nova moeda, o real, que convertia o cruzado novo pela URV (Unidade Real de Valor) de 1º de julho de 1994. O plano permitiu liberdade aos salários e preços, estabeleceu bandas cambiais e metas monetárias e proibiu a indexação em contratos inferiores a doze meses. O IPCA caiu a valores inferiores a 1% em agosto de 1995 e continua se mantendo nesse patamar até o momento. A moeda sofreu alguns ataques no período,

o que provocou variações bruscas após a reeleição de Fernando H. Cardoso, em 1998, e antes da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002; no entanto, de forma geral, a estabilidade da moeda vem sendo mantida.

 

Fonte: Apostila Curso de Gestão UNIP 2012