Quanto você se dedica ao seu planejamento financeiro?
Se você se dedicado ao planejamento financeiro e tem outras dicas, por favor nos passe! Faça seu comentário...
A pergunta do título, você deve estar pensando, é bastante comum nos meios financeiros e frequentemente encontrada em livros/artigos de finanças pessoais e investimentos. Como você responderia a esta questão? Você pensaria primeiro em quantas horas dedica ao orçamento ou incluiria ai as leituras, o conhecimento e as decisões de consumo e investimentos tomadas no dia a dia?
Repare como a pergunta é simples, mas abre caminho para reflexões mais profundas. Afinal, não se trata apenas de ter um orçamento doméstico bem feito (uma planilha, um caderno organizado com suas receitas e despesas), mas de usar os dados coletados e armazenados nele para tomar melhores decisões. Este artigo foi motivado pela excelente reportagem da Você S/A sobre os sete pecados capitais das finanças pessoais (clique e leia).
Você já deve ter visto o exemplo da família que se orgulha de cuidar de suas finanças usando uma planilha, mas que tem entre suas categorias de gastos um item “Outros” (ou “Diversos, ou “Extras”), em que são lançadas despesas que a família não sabe exatamente detalhar. No fim do mês, está tudo na planilha, mas ninguém sabe onde realmente foram parar os muitos reais gastos.
A mesma coisa ocorre com quem lança as despesas com cartão de crédito simplesmente como sendo “Cartão de Crédito”. Mas em que o dinheiro foi gasto quando o indivíduo usou o cartão? Roupas, alimentação, combustível? No fim do mês, a única coisa que aparece é uma categoria “Cartão de Crédito” inchada e totalmente fora de controle. Já viu esse tipo de coisa? Pois é…
Então dedicar-se ao planejamento financeiro é dar mais atenção à questão e, principalmente, usar o tempo separado para esta tarefa com mais qualidade. Algumas sugestões são:
1. Analise as categorias de gastos e seus limites
Não manter controle do quanto você ganha, gasta e investe é algo impensável para quem quer evoluir e buscar a independência financeira. Controlar de forma precária o orçamento, conforme os exemplos dados acima, é igualmente preocupante e tende a ter um efeito ainda mais nocivo: você se sente bem (zona de conforto) porque faz o controle, mas ele não é inteligente o suficiente a ponto de fazê-lo crescer e melhor sob a ótica financeira.
Portanto, experimente dedicar-se mais à tarefa de comparar seus gastos categorizados com os dos meses anteriores. Trace metas para estas despesas baseando-se no histórico passado e passe a olhá-las em detalhes todo mês. As despesas com alimentação aumentaram? Por quê? O que contribui para isso? É algo passageiro? Como foi no mesmo mês do ano passado? Dá trabalho, então cuidado com o pecado da Preguiça.
2. Questione suas decisões de consumo
Da mesma forma que analisar as categorias lhe permitirá conhecer melhor a realidade dos seus gastos, olhar com cuidado para o que você comprou e com o que gastou (agora pensando no produto, na loja e na necessidade por aquele item) contribuirá para sua avaliação/listagem de prioridades.
A ideia aqui é simples: suas compras e gastos devem refletir seus objetivos e prioridades, sendo assim compatíveis com o orçamento, mas dentro do que se esperava em relação ao que você quer e pode conquistar primeiro. Adianta sustentar a meta de comprar uma bicicleta se todo mês você gasta uma boa grana comprando mais roupas e mais sapatos? O que é mais importante? O pecado da Gula normalmente faz a festa por aqui, preste atenção.
3. Dedique mais horas de estudo para o aumento do patrimônio
O livro “The Millionaire Next Door”, de Thomas Stanley e William Danko, traz uma pesquisa muito interessante com dois seletos grupos de pessoas nos EUA: os bem-sucedidos financeiramente e os que têm dificuldade com o dinheiro. Uma das conclusões importantes do estudo foi que aqueles que constroem mais patrimônio normalmente dedicam o dobro do tempo (dentro de um mês) para estudar, compreender e colocar em prática decisões de investimento do que aqueles que “não saem do lugar”.
Ora, só é possível aumentar nosso patrimônio se aprendermos e executarmos passos capazes de multiplicar nosso dinheiro. Na prática, isso significa ir além do que já conhecemos sobre tal assunto (caderneta de poupança, fundos conservadores e imóveis) e buscar conhecimento em fontes antes negligenciadas (jornais especializados, gestores independentes e por ai vai).
Se o gerente de sua conta ainda é a figura mais importante para ajustar suas aplicações financeiras, é bom dar atenção a este item. Não deixe que o pecado da Vaidade mantenha você confortável com suas decisões.
E agora?
Em relação ao seu dinheiro, controle melhor, saiba mais e dedique-se com mais afinco a saber o que realmente se passa em sua vida financeira. Em relação ao que você compra, defina e respeite prioridades, questione o consumismo de forma mais coerente e seja mais objetivo. Em relação ao seu patrimônio, leia mais, pergunte mais e saia da zona de conforto.